Os intercomunicadores de bebé emitem radiação?
Leia aqui e entenda tudo sobre como funcionam os intercomunicadores e se há risco para o seu bebé.
A questão dos intercomunicadores e a radiação é um assunto um tanto polémico e costuma deixar os pais bastante preocupados. Como não tem nada mais importante no mundo que a segurança dos nossos filhos, nós vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Os intercomunicadores emitem radiação?
Sim, os intercomunicadores emitem radiação. Sem a radiação, nem eles, nem o Wi-Fi da sua casa, nem o seu telemóvel ou o seu 4G poderiam funcionar.
Vamos tentar esclarecer esse ponto percebendo a ciência por trás das transmissões utilizadas pelos intercomunicadores.
O que é radiação?
A radiação é a propagação de energia de um ponto a outro, seja no vácuo ou em qualquer meio material, podendo ser classificada como energia em trânsito, e podendo ocorrer através de uma onda eletromagnética ou partícula.
Antes de tudo, pode esquecer Chernobyl. A radiação emitida por materiais radioativos, como aqueles utilizados em usinas nucleares, é a radiação por partículas (prótons, nêutrons e elétrons) que apesar de ocorrer naturalmente em diversos elementos na Terra, quando concentrada (como é o caso das usinas) é extremamente perigosa. Nenhum dos equipamentos eletrónicos utilizados em nosso dia a dia emite esse tipo de radiação. São utilizadas apenas ondas eletromagnéticas.
As radiações eletromagnéticas têm presença constante na nossa vida. Algumas são de origem natural, como, por exemplo, a luz do sol, o calor (infravermelho) e os raios ultravioleta. Outras são originadas da tecnologia utilizada por diversos equipamentos, como: ondas de rádio AM e FM, Wi-Fi, 4G, sinais de GPS, etc.
Portanto, se qualquer tipo de radiação pudesse nos fazer mal, estaríamos todos com um sério problema.
Toda radiação faz mal?
A radiação que tem potencial de nos causar mal é chamada de radiação ionizante. Entende-se por radiação ionizante aquela onda ou partícula que tem energia suficiente para ionizar (retirar elétrons) um átomo ou uma molécula. Quanto maior a frequência (medida em Hertz, ou Hz, representa número de oscilações por segundo), maior a energia.
A imagem abaixo representa todo o espectro de frequência das ondas eletromagnéticas.
Perceba que a radiação ionizante começa nos raios ultravioleta, presentes naturalmente na luz do solar e, por isso, devemos utilizar filtro solar quando estivermos expostos ao sol.
Vê-se também que todas as radiações utilizadas pelos equipamentos do nosso dia a dia estão na faixa chamada de não-ionizante, ou seja, não têm energia suficiente para modificar os nossos átomos e moléculas, ou causar mutações em nosso DNA.
O que dizem os estudos científicos?
Veja o que o Dr. Gary Larson, diretor do Instituto do Cancro Integris, em Oklahoma, nos Estados Unidos, explica em resposta à pergunta “O Wi-Fi pode causar cancro?” feita no site Quora, com a tradução livre a seguir:
“O Wi-Fi opera em frequências de 2 a 5 GHz (apenas uma parcela do espectro eletromagnético). Essa é a mesma parte do espectro em que operam as redes de telefonia móvel. (...) essas frequências estão muito abaixo (portanto tem menos energia) da parcela de luz visível do espectro eletromagnético, e ninguém está preocupado em ter cancro causado pela luz visível (cores do arco-íris, do vermelho ao violeta). Os raios ultravioletas, por outro lado, podem causar cancro de pele, pois já possuem energia necessária para causar falhas nas moléculas de DNA, que é o mecanismo pelo qual as células de cancro são criadas."
Larson prossegue ainda a falar sobre estudos científicos de cancro e radiação: “estudos científicos mostram que grupos que foram expostos a radiações ionizantes (como as das usinas nucleares) começam a mostrar um aumento na frequência de cancro após, em média, 7 anos da exposição. Humanos estão expostos a radiação eletromagnética criada pelo homem há mais de 100 anos, e sempre estivemos expostos a radiação vinda do Cosmos."
A considerar a popularização dos telemóveis nos últimos 20 anos, Larson conclui que: “se houvesse alguma correlação, já deveria haver pelos menos algum excesso nos casos de glioma (tipo de cancro no cérebro) causados pelo uso de telemóvel ou Wi-Fi.”
Avança ainda ao dizer, que: “nós temos evidência de que telemóveis ou Wi-Fi NÃO causam um aumento em cancros de cérebro (veja a figura abaixo). Observe o período em que os telemóveis tornaram-se populares, nos últimos 20 anos. Durante esse período o número de novos casos de cancro no cérebro permaneceu absolutamente sem alteração. Com 4 mil milhões de pessoas a utilizar telemóveis e Wi-Fi hoje, se houvesse alguma influência nesse tipo de cancro, isso já teria sido observado.”
A radiação não-ionizante não tem nenhum risco?
Apesar de não possuir energia suficiente para modificar a estrutura de átomos e moléculas, a radiação não-ionizante é capaz de adicionar energia e, consequentemente, aquecer as moléculas de qualquer material, especialmente materiais com alto teor de água em sua composição. Esse é o funcionamento do forno de micro-ondas doméstico que muitos utilizam todos os dias.
Porém, esse efeito só é perceptível quando a transmissão está a ser feita em altas potências, como no caso dos micro-ondas, de grandes antenas de TV ou rádio, projetadas para distribuir o sinal a longas distâncias em amplas áreas urbanas.
A potência de um micro-ondas pode chegar a 2.500 watts e antenas de transmissão de TV ou rede telemóvel podem chegar a 50.000 watts. Já o limite europeu para antenas de Wi-Fi e sistemas DECT domésticos, como os utilizados pelos intercomunicadores é de 0.1 watt (ou 100 mW).
A maioria dos intercomunicadores costumam transmitir abaixo do limite. Por exemplo, o intercomunicador SCD843/26 da Philips Avent, um dos mais completos do mercado, possui uma potência de transmissão em torno de 40 mW, em comparação ao limite de 100 mW permitido pela legislação.
Além disso, deve-se compreender também que o valor máximo da potência é medido diretamente na superfície da antena de transmissão. Quanto mais longe da antena, menor será a potência medida naquele ponto, pois a potência espalha-se em todas as direções no espaço em torno da antena.
A relação da “potência x distância” é inversamente proporcional (logarítmica) e, por esse motivo, a potência diminui significativamente mesmo após uma curta distância. Assim, não é necessário preocupar-se nem com as antenas domésticas de Wi-Fi, com o micro-ondas, ou com as grandes antenas de TV e telemóvel ao redor das nossas casas.
Quero evitar a radiação. O que devo fazer?
No mundo em que vivemos, nunca estaremos livres da radiação eletromagnética, seja ela de origem natural ou produzida pela tecnologia humana. Apesar dos estudos científicos até hoje não apontarem riscos de cancro com relação ao uso de tecnologias com radiação não-ionizante, como o Wi-Fi, os telemóveis e os intercomunicadores, algumas pessoas preferem evitá-la e aqui seguem algumas dicas que podem ser úteis para isso.
Escolha um intercomunicador com modo VOX ou ECO
Os intercomunicadores com esta função reduzem ou até mesmo pausam a transmissão durante os períodos de silêncio. O microfone continua ligado e o mesmo volta a transmitir caso aconteça qualquer ruído dentro do quarto. Assim, minimiza-se o tempo de exposição, pois o tempo de transmissão será reduzido ao mínimo necessário.
Posicione o intercomunicador o mais longe possível da criança
Os microfones dos intercomunicadores costumam ser bem sensíveis e não há a necessidade de colocá-los tão próximos aos bebés. Posicione-o numa estante ou prateleira do quarto, por exemplo. Dessa forma, a potência do sinal transmitido medida no berço do bebé será bastante reduzida, graças à relação logarítmica entre “potência x distância”.
Após posicionar a unidade do bebé, teste para verificar se o microfone está em posição adequada para captar os sons do bebé. Caso não seja possível captar os sons do bebé, aproxime a unidade do berço e repita o teste.
Escolha um intercomunicador analógico
Algumas pessoas acreditam que por ser analógico, a potência transmitida será sempre menor em comparação com um intercomunicador digital, mas isso não é verdade. A comparação deve ser feita caso a caso, considerando os modelos específicos a serem comparados.
A verdade é que os analógicos normalmente utilizam frequências de transmissão mais baixas (900 MHz) do que os digitais (de 1.900 a 2400 MHz) e, por isso, as ondas contém menos energia.
Ainda assim, ambas as faixas de frequência são seguras, pois ainda estão muito longe das radiações ionizantes, que representam perigo. Para se ter uma ideia, as ondas ionizantes de frequência mais baixa, que são os raios ultravioletas, possuem a frequência em torno 800.000.000 MHz.
Leve em consideração que os intercomunicadores analógicos não possuem criptografia, logo, o sinal pode ser interceptado e sofrer interferência.
Se quiser saber mais sobre os intercomunicadores analógicos, leia aqui.
Sugestões de intercomunicadores analógicos
Caso você tenha interesse em um intercomunicador analógico, eles são um pouco difíceis de achar, mas nós temos duas sugestões que podem te interessar.
Intercomunicador analógico Beurer BY84
Por que escolhemos esse produto?
Esse intercomunicador da Buerer incorpora a indicação das emoções do bebé em sua tela LCD. Além disso, possui 2 canais selecionáveis, escurecimento automático do ecrã no modo de poupança de energia, indicador de nível de bateria, monitoramento do nível de ruído e clipe de cinto. O alcance dele é de 800 metros.
Intercomunicador analógico Badabulle B014007
Por que escolhemos esse produto?
O Badabulle possui 2 canais selecionáveis, luz noturna, modo de poupança de energia, alarme sonoro e visual, alarme fora de alcance e indicador de bateria fraca. O alcance é de 300, 500 ou 1000 metros. Funciona com pilhas ou conectado a rede elétrica (adaptador AC 6V e pilhas não inclusas).